sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Terreiro de candomblé está sendo derrubado no Recreio - Religião e Fé - Extra Online

Terreiro de candomblé está sendo derrubado no Recreio - Religião e Fé - Extra Online

Não era essa a noticia e matéria que havia preparado para a publicação desta semana, mas mais uma vez este blog servirá como instrumento de denúncia contra o Estado que não nos reconhece como instituição religiosa, nem tão pouco nos asseguram o direito a inviolabilidade religiosa dos templos, pois na questão da Transoeste(-RJ ), nossos templos uns com mais de TRINTA ANOS  no local forma classificados com comércio, um absurdo atrás do outro.


Ontem derrubaram o muro e hoje as 7:00 esta marcado para continuar a derrubada, há uma Yawo recolhida no local, e o mais triste é que ainda não obtivemos nenhuma notícia do desfecho desta situção.


Matéria postada em 24/02 as 20:46hs no site Extra



Agentes da prefeitura estão neste momento em frente ao terreiro de candomblé Ilê Asé T'Ogun T' Yemonjá, na Vila Harmonia, Recreio dos Bandeirantes. De acordo com um membro da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), que está no local, o muro foi derrubado. Dentro do templo religioso, há uma pessoa recolhida para fazer cabeça. Um ônibus da Guarda Municipal e um trator estão parados diante do terreno.
A prefeitura alega que a Vila deve sair do local para a construção da TransOeste, mas a Defensoria Pública questiona a alegação, já que não haveria previsão para que parte do trajeto passe por ali.
Em dezembro, Sérgio Luiz Romano Campos, o Sérgio D’Ogun, responsável pela casa, denunciou o tratamento desigual com os candomblecistas que tiveram seus templos classificados como comércio sem direito a indenização. Na época, a Secretaria municipal de Habitação foi procurada e informou que a situação das casas religiosas da Vila Harmonia seria reavaliada.  Entretanto assim que a liminar concedida aos moradores foi cassada NO MESMO DIA  a Prefeitura iniciou a derrubada.
Infelizmente ainda não temos notícias do desfecho desta triste história...
ENTENDENDO A HISTÓRIA SEGUNDO OS ENVOLVIDOS
"Foi Ogum quem me trouxe para cá, há 30 anos", explica Sérgio Luiz Romano Campos, de 57, enquanto mostra o terreiro Ilê Asé T'Ogun T' Yemonjá,na Vila Harmonia, Recreio dos Bandeirantes. O local é a própria definição da essência do candomblé: cercado de árvores, preserva as energias da natureza com pouquíssimas interferências feitas por este marceneiro de profissão. Há duas semanas, o estado de alerta substituiu a tranquilidade do templo religioso. Um funcionário da prefeitura comunicou a Sérgio que o espaço será demolido para a construção da TransOeste, e sem direito a indenização.

- Há cerca de três, quatro meses, funcionários da prefeitura vieram aqui dizendo que estavam cadastrando as pessoas para receber o Bolsa Família. Desconfiei e não fiz o cadastro. Depois, o ex-presidente da associação de moradores veio com um funcionário da SMH (Secretaria municipal de Habitação), que disse nós estávamos no terreno da prefeitura e tínhamos que sair porque aqui seria um retorno. Falei que não estava interessado e que não tomaria medida nenhuma se não fosse notificado - explica Sérgio D' Ogun.
Ajuda da Defensoria Pública
No início de Dezembro, Sérgio e 27 vizinhos tiveram que recorrer à Defensoria Pública para que suas casas não viessem abaixo.
- Ficamos inseguros porque a liminar pode cair a qualquer momento. A SMH diz que o terreiro é um comércio e não tem direito a indenização. Conto com a proteção de Deus e dos meus orixás para permanecer aqui. Tenho filhos de santo na África, na China e na Itália. Como fica o nosso tratado com a terra? E as nossas fundações? - pergunta Sérgio.
A ialorixá Ivânia D' Oxun, no IIê Asé D
Ivânia Moura de Paiva, de 62 anos, a Ivânia D' Oxun, enfrenta o mesmo problema:

- É uma falta de respeito! Disseram que, se eu não saísse, iam chegar quebrando tudo. Isso aqui é coisa séria, é uma religião, não comércio. Não sei para eles, mas, para mim, significa muito. Não invadi a terra, não, eu a comprei.

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